Símbolos da JMJ em Portugal
Os símbolos da JMJ estão já a percorrer as diversas Dioceses de Portugal, encontrando-se este fim de semana na Diocese da Guarda
De acordo com a Diocese da Guarda, na cidade mais alta o programa começa às 15.00 horas, com um cortejo entre o Paço da Cultura e a Igreja da Misericórdia e, a partir dali, para a Praça Velha. A festa do acolhimento, com juventude de todos os pontos da Diocese, será com um concerto de inspiração cristã, com a actuação da ‘Banda da Paróquia’, de Coimbra. O programa continua com a celebração da Missa, na Sé Catedral, a partir das 18.00 horas e com uma Vigília de Oração marcada para as 21.00 horas.
A celebração do envio dos símbolos, por toda a Diocese, será na Missa das 11.00 horas, na Sé da Guarda, no dia 6 de Março. O percurso começa no arciprestado de Pinhel/Figueira de
A celebração do envio dos símbolos, por toda a Diocese, será na Missa das 11.00 horas, na Sé da Guarda, no dia 6 de Março. O percurso começa no arciprestado de Pinhel/Figueira de
Castelo Rodrigo (6 a 10 de Março), seguindo depois para os arciprestados de Almeida/Sabugal (10 a 13 de Março), Fundão/Penamacor (13 a 17 de Março), Covilhã/Belmonte (17 a 20 de Março), Seia/Gouveia (20 a 24 de Março), Celorico/Trancoso (24 a 27 de Março) e Guarda/Manteigas (27 de Março a 2 de Abri).
Na mudança do arciprestado da Covilhã/Belmonte para o de Gouveia/Seia, no dia 20 de Março, haverá uma celebração Diocesana, a partir das 15.00 horas, na zona da Torre (Serra da Estrela), isto se o tempo o permitir, caso contrário esse momento transitará para a cidade de Seia.
A entrega dos símbolos à Diocese de Viseu será no dia 3 de Abril, às 11.00 horas.
Um Terço à medida da JMJ Lisboa 2023
A Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 já tem terço oficial. Apresentado a poucas semanas do início de maio, mês de Maria, o terço da JMJ Lisboa 2023 está disponível em três modelos diferentes, e vem desafiar os Jovens a darem voz ao Terço, expressão da espiritualidade do povo português na sua devoção a Nossa Senhora. Está à venda a partir de 15 de abril, mas até lá é possível fazer pré-encomendas junto de cada Comité Organizador Diocesano.
O primeiro momento de oração está agendado para 1 de maio, online, com a participação dos jovens das dioceses portuguesas.
“Num país marcadamente de tradição mariana como Portugal, o terço não poderia deixar de ser um dos elementos identificadores da JMJ, a par do logotipo e hino oficiais. Aliás, alegrou-nos muitíssimo a mensagem do senhor Presidente da República que partilhou connosco a intenção de o Papa Francisco desejar visitar Fátima no contexto da JMJ”, refere D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023.
Tendo como ponto de partida a identidade gráfica da Jornada, foram desenhadas duas versões especiais, uma em Madeira e outra em Plástico 100% reciclado. São ambas constituídas pela cruz da JMJ LISBOA 2023 e pelo passador com o tema da JMJ (“Maria levantou-se a partiu apressadamente” Lc 1, 39). Nas cinco contas do Pai-Nosso está a referência “JMJ Lisboa 2023”, impressa nos idiomas oficiais (português, espanhol, inglês, francês e italiano). Há ainda uma versão standard, em madeira com a Cruz da JMJ.
Um terço inclusivo, amigo do ambiente e made in Fátima
Os terços são montados manualmente, numa fábrica em Fátima (Portugal), e com recurso a matéria-prima amiga do ambiente (madeira e plástico 100% reciclado). Sabias que na primeira edição do terço em plástico foi reciclado material equivalente a cerca de 175.000 tampas de plástico?
As embalagens são também feitas de cartão reciclado e utilizam linguagem inclusiva – braile e pictogramas –, cumprindo o propósito de fazer da JMJ um encontro de todos para todos.
A oração, neste caso a oração do Terço, é uma das caraterísticas universais da Jornada Mundial da Juventude. Pretendemos, por isso, que a peça fosse de fácil uso, manuseamento, e de grande simplicidade. Destacamos também o forte propósito de inclusão e o da sustentabilidade”, refere Jorge Almeida, da área da marca e merchandising da JMJ Lisboa 2023, responsável pela criação do terço.
Um convite à oração
Juntamente com o terço é disponibilizado, ainda, um folheto com os Mistérios do Rosário, convidando todos à oração.
Escritas à luz do tema da Jornada – “Maria levantou-se e partiu apressadamente” Lc 1, 39 –, as meditações apresentam-se como proposta de preparação espiritual.
“Como Maria partiu de Nazaré para a Judeia, até à casa de Isabel, também nós partimos, da convocação do Papa Francisco até ao verão de 2023. Com Maria levamos Jesus, que por nós quer chegar a muitos. Isto mesmo nos convence que só com Jesus e Maria atingiremos o objetivo da JMJ. É por isso que a oração do Terço é tão importante, especialmente agora”, escreve o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, na introdução às meditações propostas.
Além dos mistérios do Rosário, apresentados no folheto, será também disponibilizada online uma proposta especialmente dedicada à JMJ intitulada Mistérios JMJ. Esta desafia os jovens a aceitar o convite para acordar, acolher Jesus na sua vida, caminhar com Ele, seguir os Seus passos e a sua entrega, mostrando a todos a alegria de crer e de viver.
No mês de maio estará disponível, no site, a versão áudio e em língua gestual portuguesa das meditações propostas para o terço JMJ.
O terço da JMJ Lisboa 2023 estará disponível a partir de 15 de abril, mas já é possível fazer pré-encomendas através dos Comités Organizadores Diocesanos (consulta os contactos abaixo).
Algarve algarve@lisboa2023.org | 968705111
Angra angra@lisboa2023.org | 910126254
Aveiro cod@aveirojmj2023.pt | 917938140
Beja comunicacao.codbejajmj@gmail.com | 927412018
Braga comunicacaojmjbraga@arquidiocese-braga.pt | 918439750
Bragança-Miranda braganca@lisboa2023.org | 936359596
Coimbra coimbra@Lisboa2023.org | 966464794
Évora dpjevora@gmail.com | 965815672
Forças Armadas f.armadas@lisboa2023.org | (telefone disponível em breve)
Funchal funchal@lisboa2023.org | 967977715
Guarda guarda@lisboa2023.org | 966697973
Lamego lamego.sdpj@gmail.com | 932369047
Leiria-Fátima geral@sdpjleiria.com | 244832760
Lisboa lisboa@lisboa2023.org | (telefone disponível em breve)
Portalegre-Castelo Branco portalegre_castelo.branco@lisboa2023.org | (telefone disponível em breve)
Porto porto@lisboa2023.org | (telefone disponível em breve)
Santarém santarem@lisboa2023.org | 917838402
Setúbal setubal@lisboa2023.org | (telefone disponível em breve)
Viana do Castelo pastoraljuvenilviana@gmail.com | 964542458
Vila Real vila.real@lisboa2023.org | 962962472
Viseu viseu@lisboa2023.org | (telefone disponível em breve)
“A inspiração foi a leitura, e tinha que ser a leitura, não podia ser outra coisa, que para mim já tinha um significado muito especial porque já tinha uma relação com esta leitura antes de todo este desafio”, disse aos jornalistas a designer de 24 anos, após a apresentação online do logotipo.
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Dom José Tolentino Mendonça: Louvor e congratulação jubilosa
A escolha de Dom José Tolentino Mendonça para a dignidade e a responsabilidade cardinalícias é motivo de júbilo para todos os homens de boa fé e de boa vontade. É razão de orgulho, de estímulo e de exigência espirituais para todos os cristãos. Ganha relevante significado cívico para todos os seus compatriotas. É fonte de congratulação e de incentivante respeito para todos os criadores e interlocutores de Cultura.
Quantos partilham a vida da Pastoral da Cultura e, em particular, os que trabalham no Secretariado Nacional que por ela responde no âmbito da Conferência Episcopal Portuguesa, sentem-se movidos a todas essas formas de receção da boa nova, que vem fortalecer a relação que cedo reconheceram e sempre continuaram a cultivar com a figura inspiradora do seu antigo Diretor e com a exemplaridade da sua poética da Espiritualidade.
Com efeito, queremos que a nossa congratulação com a nomeação papal de Dom José Tolentino Mendonça para Cardeal corresponda ao valor projetivo da maneira como, durante anos decisivos da sua existência ao serviço da Igreja e da cultura em Portugal, o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) foi orientado e movido por José Tolentino Mendonça, que o conduziu com a força tranquila do exercício cristão dos seus talentos de inteligência e sensibilidade.
O rosto e a travessia do SNPC refletiram, pois, o perfil e a atitude de um Diretor não preocupado em ter presença espetacular ou intervenção ostensiva no terreno (ciente, aliás, de que «nenhum nome/ serve jamais para dizer/ o fogo»), mas empenhado na eficiência discreta e no gesto instigante de uma autêntica poética da Espiritualidade.
Graças a Tolentino Mendonça, o SNPC foi durante anos ajudando a descobrir o sentido nos «intervalos do silêncio», que os atos e as palavras guardam. No confronto com «o assombro e a tensão inerentes à vida» foi apontando ou abrindo caminhos de “via spiritus” e “via pulchritudinis” para o valor divino do humano.
Com a contenção que impera na sua obra lírica, com a densidade de sugestões reflexivas que dela ressalta para as suas crónicas e para as suas homilias, a sua condução do SNPC ensinou a ver o implícito e a ler o flagrante segundo uma gramática do assentimento, na «partilha/ do furtivo/ lume».
Aos nossos olhos, entre os outros trechos do trajeto sacerdotal de Tolentino Mendonça na atualização apostólica dos seus dotes humanos e das suas virtudes cristãs, a decisão de Sua Santidade o Papa Francisco também contempla esses magníficos anos de doação à compreensão estética e à promoção axiológica da Cultura e à evangelização da sociedade por essa Cultura celebrada e vivida ao cimo de um monte que é Parnaso e Carmelo, que é Gólgota e Tabor.
Se cremos, porém, que em tal decisão contou essa fase, pensamos que ela corresponde a uma face da personalidade de Dom Tolentino Mendonça, da harmonia poliédrica da sua criatividade e da prismática eficiência da sua generosidade; e essa face sonda os seus próprios traços, reconhece os seus imperativos, desvela o horizonte dos seus desígnios e exprime a indeterminação parcial do seu sentido in fieri através de uma obra lírica gerada no desejo de dar a ver não só o flagrante e o implícito, mas também, neles e no silêncio como «avesso», «o assombro e a tensão inerentes à vida».
Na viragem do século e nos alvores do novo milénio, entre memórias da Modernidade tardia, oscilações da Pós-Modernidade e tropismos da Globalização com pretensões de Hiper-Contemporâneo, o próximo Cardeal José Tolentino Mendonça guinda-se ao cimo da falange dos Novíssimos, desde Longe não sabia (1997) e A que distância deixaste o coração (1998), com sua sageza de entrelinhas legível à luz de Zambrano e Levinas (ou levando-nos a melhor entender Levinas e Zambrano), respeitando a proscrição mallarmeana da “reportagem” na travessia da paisagem moral em regime De igual para igual (2001), mas empenhada na relação viandante, em corpo e alma, com o mundo e na grata descoberta, por Baldios (1999) ou por Estrada branca (2005), de motivos de beleza, porventura de acesso irrisório ou agreste, mas não menos com postulante significação: «Um amarelo envolto em espinhos: / a porta entreaberta / da aurora».
Tal poeta exerce então o princípio de valorização do acontecimento mínimo numa arte compositiva que privilegia o fragmento narrativo e o subsequente processo associativo, às vezes por via da memória pessoal e/ou literária, em que o irrelevante do quotidiano ganha serventia e valor para o poeta conhecer(-se). Emerge analogamente, a tendência para metamorfosear, mas assim mesmo contemplar, um desejo de elevação em experiência de intensidade(s), que pode relacionar-se com uma inassumida revisitação do sublime enquanto excesso de sentido que resiste à veridição e à apresentação comum.
Esse é um caminho de imaginação estética e de coragem moral, «salva-vidas para tempos difíceis», que atravessa a «vida pobre» ou as «matas ao abandono» e regressa à solidão «pelos céus movediços», mas assumindo que as mãos, aparentemente vazias, «preferem enlouquecer a acreditar / que a realidade é só aquilo que se vê» – como cifra Tolentino Mendonça na magnífica Teoria da Fronteira (2018): «rogamos à vida que responda / mas a vida só se expressa na agulha dos fogos / em línguas desconhecidas / no soprar longínquo».
Contra a violência da velocidade na “sociedade do cansaço”, a poesia de Tolentino Mendonça preludia a exigência atual de singularização anómala em espaços desclassificados, de ética do rosto, do olhar e do cuidado. Idêntica representatividade epocal ganham versos de O Viajante Sem Sono (2009): «O poema pode conter: /…/ correntes marítimas em vez de correntes literárias.» Compromisso testemunhal? Estética da responsabilidade? Porventura assim é, como variante tolentiniana do reconhecimento de Ungaretti em que tantos se reviram e revêem: «Poeti, poeti – / ci siamo messi tutte le maschere. / Ma uno non è / che la própria persona».
Por tudo isto, enaltecemos Dom José Tolentino Mendonça, exultamos perante a sua nova posição de serviço na dinâmica universal da Igreja e louvamos a Deus por Sua amorosa solicitude!
https://www.snpcultura.org/dom_jose_tolentino_mendonca_louvor_e_congratulacao_jubilosa.html
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Portugal vai receber, em 2022, a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a nivel mundial, foi hoje anunciado no fim da missa de encerramento da JMJ, no Panamá, evento no qual a cultura vai ter um papel «predominante», considera o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
«Vamos ter em Portugal jovens de todos os continentes e das mais diversas culturas. Por isso, penso que a Pastoral da Cultura deve estar aí muito presente, para auscultar, para apoiar, para interligar», afirmou o bispo D. João Lavrador ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
A revelação do local da próxima JMJ foi feita pelo cardeal Kevin Farrell, responsável máximo pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, do Vaticano, no termo da eucaristia presidida pelo papa Francisco, na presença de vários prelados portugueses, entre os quais o cardeal-patriarca de Lisboa – diocese que vai acolher o encontro -, do presidente da República, do secretário de Estado da Juventude e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a par das três centenas de peregrinos portugueses, que não pouparam na festa ao ouvirem a confirmação oficial.
A cruz da JMJ, que remonta à iniciativa do papa S. João Paulo II, em 1984, regressa assim à Europa, depois da cidade polaca de Cracóvia, em 2016, fixando-se, após uma peregrinação mundial por vários países até 2022, no estado mais ocidental do continente.
A confirmar-se a vinda do papa Francisco para a JMJ, será a segunda vez que acontece – repetição da visita a um país incomum no seu pontificado, depois de ter estado a 12 e 13 de maio de 2017 em Fátima, por ocasião do centenário das aparições da Virgem Maria na Cova da Iria.
https://www.snpcultura.org/proxima_jornada_mundial_da_juventude_vai_ser_em_portugal.html
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D. José Tolentino Mendonça, bibliotecário e arquivista do Vaticano,
considera que «o problema do homem contemporâneo é o drama de uma identidade desconhecida» e defende que «a grande crise entre as gerações» está na «transmissão».
O arcebispo sublinha que tanto a biblioteca como o arquivo guardam «tesouros que são luzes para a memória da Igreja, do cristianismo e da humanidade», nos quais se perceciona «a beleza da história humana».
«Muitas vezes tornamo-nos algo pessimistas em relação à humanidade, mas ao visitar estes lugares compreendemos o que é o homem, o que é um crente, o que é a história da Igreja, porque há uma procura do absoluto, da verdade, há uma bondade e um sopro de beleza que verdadeiramente nos salva», observa.
Dois meses depois de ter tomado posse, a 1 de setembro, o prelado, primeiro diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, fala do que sentiu ao ver de perto alguns dos «tesouros» à guarda das duas instituições da Santa Sé.
«Em primeiro lugar, o papiro Hanna 1, um dos documentos mais antigos que temos dos textos do Novo Testamento: ver este papiro foi para mim motivo de grande veneração porque penso na arduosidade dos cristãos das primeiríssimas gerações que tiveram a preocupação de transmitir ao futuro a sua fé, o sentido profundo de uma história que forçosamente tinham de partilhar», assinala.
Três perguntas ao responsável para quem a «mais bela» das preciosidades da biblioteca e do arquivo «são as pessoas, os estudantes».
De que modo estes ambientes podem dialogar com o mundo laico e também não crente, como imagina que se possa valorizar esta relação?
Eu tenho uma história pessoal que me ajuda. A minha primeira biblioteca foi a minha avó. Era analfabeta mas era uma representante da cultura oral, mantinha essa memória. Por isso, para mim, o amor pelas histórias e pelos livros é sempre o amor pela voz humana. No silêncio de uma biblioteca escutamos um coro de vozes humanas que dialogam entre elas mas procuram o absoluto, o sentido, o horizonte de Deus. E então toda esta montanha de livros, quilómetros e quilómetros de documentos, o que é? Uma longa peregrinação de homens e mulheres através da história. E isto está muito próximo do presente porque o homem de hoje é o mesmo. É um canto, um elogio desse mistério que é a pessoa humana.
Como seguiu as semanas do sínodo sobre os jovens?
O papa Francisco é um mestre de vida e ajuda-nos muito a compreender aquela que é hoje a grande crise entre as gerações: a crise da transmissão. Nós investimos tudo na educação. Ela é fundamental, mas só por isso não é suficiente, é preciso transmitir: ajudar cada um a tornar-se consciente de quem é nesta história. O papa diz-nos que a vida dos jovens é preciosa, di-lo como um pai. Tu carregas em ti a totalidade de uma história, és o meu herdeiro, e isto abre janelas de esperança.
Nem doutrinários nem ativistas, mas redescobrir a proximidade: esta foi uma das mensagem do papa na conclusão da assembleia…
O santo padre ilumina verdadeiramente a questão fundamental do presente da Igreja. Por causa do iluminismo, a teologia trabalhou sobretudo sobre a credibilidade intelectual e racional da fé, era essa a nossa principal preocupação. Mas deixámos um pouco para trás a procura de uma credibilidade existencial, que no mundo de hoje é fundamental.
Originalidade e especificidade
As jovens gerações são portadoras de uma aproximação à realidade com traços específicos. Os jovens pedem para serem escutados e respeitados na sua originalidade.
Entre os traços específicos mais evidentes da cultura dos jovens foram assinaladas a preferência dada à imagem comparativamente a outras linguagens comunicativas, a importâncias das sensações e emoções como via de aproximação à realidade e a prioridade da concretude e da operatividade em relação à análise teórica.
Revestem-se de grande importância as relações de amizade e a pertença a grupos de coetâneos, cultivadas também graças às redes sociais.
Os jovens são geralmente portadores de uma abertura espontânea relativamente à diversidade, que os torna atentos às temáticas da paz, da inclusão e do diálogo entre culturas e religiões. Numerosas experiências de muitas partes do mundo testemunham que os jovens sabem ser pioneiros de encontro e diálogo intercultural e inter-religioso, na perspetiva da convivência pacífica.
Compromisso e participação social
Ainda que de formas diferenciadas em relação às gerações passadas, o compromisso social é um traço específico dos jovens de hoje. Ao lado de alguns indiferentes, há muitos outros disponíveis para se comprometerem em iniciativas de voluntariado, cidadania ativa e solidariedade social, a acompanhar e encorajar para fazer emergir os talentos, as competências e a criatividade dos jovens e incentivar a sua assunção de responsabilidade.
O compromisso social e o contacto direto com os pobres permanecem uma ocasião fundamental de descoberta ou aprofundamento da fé e de discernimento da própria vocação.
É forte e está espalhada a sensibilidade pelos temas ecológicos e pela sustentabilidade, que a encíclica “Laudato si’” soube catalizar.
Foi também assinalada a disponibilidade para o compromisso no campo político pela construção do bem comum, que nem sempre a Igreja soube acompanhar, oferecendo oportunidade de formação e espaços de discernimento.
Em relação à promoção da justiça, os jovens pedem à Igreja um compromisso decidido e coerente, que erradique toda a conivência com uma mentalidade mundana.
Arte, música e desporto
O sínodo reconhece e valoriza a importância que os jovens dão à expressão artística em todas as suas formas: são muitos os jovens que usam neste campo os talentos recebidos, promovendo a beleza, a verdade e a bondade, crescendo em humanidade e na relação com Deus. Para muitos, a expressão artística é inclusive uma autêntica vocação profissional. Não podemos esquecer que, durante séculos, a “via da beleza” foi uma das modalidades privilegiadas de expressão da fé e de evangelização.
Absolutamente peculiar é a importância da música, que representa um verdadeiro ambiente no qual os jovens estão constantemente imersos, como também uma cultura e uma linguagem capazes de suscitar emoções e de plasmar a identidade. A linguagem musical representa também um recurso pastoral, que interpela em particular a liturgia e o seu renovamento. A homologação dos gostos em chave comercial arrisca por vezes comprometer o laço com as formas tradicionais de expressão musical e também litúrgica.
Igualmente significativo é o relevo que entre os jovens assume a prática desportiva, da qual a Igreja não deve subvalorizar a potencialidade em chave educativa e formativa, mantendo uma sólida presença no seu interior. O mundo do desporto precisa de ser ajudado a superar as ambiguidades com que é atravessado, como a mitificação dos campeões, a subjugação a práticas comerciais e a ideologia do sucesso a qualquer preço. Neste sentido, reitera-se o valor do acompanhamento e do apoio das pessoas com deficiência na prática desportiva.